segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Carta ao Cineport (sem resposta desde 2009)

João Pessoa, 13 de maio de 2009

À sra. Mônica Botelho
Diretora Geral do Festival Cineport

Em reunião acontecida no dia 13 de maio no Casarão 34, onde se encontraram realizadores que atuam na Paraíba, em sua maioria com filmes exibidos no IV CINEPORT, além de representantes de entidades de classe voltadas para o audiovisual, foram discutidas questões relativas à realização da quarta edição do festival CINEPORT em João Pessoa. Tendo sido avaliado de forma positiva por todos os realizadores, que apóiam o caráter festivo e crítico do evento e a enorme exposição que ele possibilita ao cinema paraibano, algumas sugestões foram feitas no sentido de contribuir na construção de um festival cada vez mais comprometido com a reflexão e a prática audiovisual. Seguem os pontos:

1) Sobre o Prêmio Energisa Estímulo ao Audiovisual Paraibano, os realizadores sugerem que o prêmio seja fracionado em três posições de destaque, sem necessariamente dividi-lo entre gêneros ou bitolas, premiando apenas o primeiro, segundo e terceiro melhor filme da mostra, com valores equivalentes para cada posição. Dessa forma, amplia-se o número de realizadores contemplados e facilita o trabalho do júri, que pode exercer melhor o seu papel de indicar os filmes que merecem destaque na mostra.
2) Além do prêmio Energisa os realizadores julgam fundamental instituir o prêmio CABEÇOTE, promovido pela ABD-PB, e pleitear o prêmio Assembléia Legislativa (comum em outros festivais), diversificando os júris e possibilitando o aumento do número de filmes contemplados.
3) Como ocorreu em outras categorias (ANDORINHA), a mostra paraibana também poderia ter um prêmio do Júri Popular, aumentando a participação do público local e dando voz aos anseios da população paraibana em relação ao cinema que está sendo realizado aqui.
4) Ainda sobre o júri, os realizadores acreditam que por se tratar de um prêmio ESTÍMULO, o comitê julgador poderia dar um parecer sobre cada obra exibida, apontando os critérios levados em consideração para a escolha dos melhores, e especificando em cada curta as suas fragilidades estéticas.
5) Todos os realizadores que tiverem filmes selecionados deveriam ter direito a CREDENCIAL e ao CONVITE DA CERIMÔNIA DE PREMIACÃO. Poderia haver um mecanismo mais funcional para que as credenciais estejam de posse dos realizadores já no primeiro dia do festival (o que não aconteceu nesta edição), pois vários realizadores se queixam de não terem recebido sua credencial ou ter recebido apenas nos últimos dias.
6) Ainda sobre a relação entre os realizadores e a organização do Festival, houve várias queixas de mau atendimento da parte da organização, que teria tratado os realizadores paraibanos com certo descaso. Para evitar mal entendidos entre realizadores e organização, sugerimos a contratação de um ombudsman para as próximas edições.
7) Os realizadores paraibanos também sugerem à organização que convidem para as próximas edições os realizadores de curtas selecionados nas categorias ANDORINHA e ANDORINHA DIGITAL. A falta destes realizadores impossibilita um intercâmbio maior entre os realizadores locais e os realizadores atuantes no Brasil e nos outros países da Língua Portuguesa. Acreditamos que para o fortalecimento do festival entre os realizadores de curta-metragem é imprescindível manter este contato, não apenas convidando os premiados no dia da entrega do troféu.
8) Para melhorar o caráter da discussão estética sobre os filmes exibidos, os realizadores sugerem que se façam mesas de debates com os realizadores presentes na mostra no dia seguinte da exibição de seus filmes. Além de possibilitar que o realizador explane sobre o seu trabalho, essas mesas são fundamentais para estreitar o espaço entre os realizadores, críticos/jornalistas e público. Essas mesas poderiam ocorrer com todas as mostras, inclusive a paraibana, sendo realizadas no dia posterior a cada sessão.
9) Os realizadores sugerem que o debate sobre o DOCTV-CPLP ocorra novamente nas próximas edições, pois o CINEPORT é um momento único para discutir questões relativas ao programa, sendo de grande interesse para os realizadores dos países de língua portuguesa.
10) Pode ser estimulada a participação das principais empresas representantes e fabricantes de produtos audiovisuais do Brasil, momento em que os realizadores paraibanos poderiam se atualizar e conhecer as novidades e os produtos fornecidos pelo mercado.
11) Pode ser promovido um encontro de negócios durante a programação do festival, estimulando a participação de compradores de conteúdos para TVs, programas de exibição pública (Programadora Brasil, por exemplo) e distribuidores de forma geral, além de promover um Film Comission na Paraíba.
12) Após o término do Festival, os curtas premiados poderiam integrar uma mostra e fazer uma itinerância CINEPORT, sendo exibidos nos cineclubes paraibanos no mês seguinte ao festival.
13) Após o término do Festival uma cópia em DVD de cada uma das obras exibidas poderia permanecer na Usina Cultural, montando assim uma VIDEOTECA CINEPORT, sendo esse material importante para a formação estética de jovens realizadores locais. As obras dessa VIDEOTECA seriam de acesso público, podendo ser exibidas nos cineclubes paraibanos.
14) No intuito de fortalecer as ações de difusão e formação promovidas pelo CINEPORT, os realizadores ressaltam enfaticamente a importância de que a SALA DIGITAL ENERGISA funcione de forma contínua e comprometida com o cinema nacional e independente.
Estes foram os pontos tratados e sugeridos à organização do Festival Cineport. As resoluções foram tomadas de forma democrática e levando em consideração todos os comentários e impressões dos realizadores presentes na reunião. Acreditamos que estas considerações não estão restritas aos que assinam este documento, mas sim, representam alguns dos anseios da classe audiovisual da Paraíba. Ficamos disponíveis para qualquer proposta que estreite as relações entre os realizadores do Estado e a organização do Festival Cineport. Ressaltamos a importância do festival no que diz respeito ao avanço e estímulo à produção audiovisual paraibana.
Atenciosamente,

Liuba de Medeiros
(Produtora / Diretora da ABD-PB / Diretora Regional do CNC)

Ana Bárbara Ramos
(Realizadora e produtora / Coordenadora da Divisão de Audiovisual da Funjope)

Marcus Vilar
(Realizador)

Carlos Dowling
(Realizador / Presidente da ABD-PB)

Renata Escarião
(Realizadora, jornalista)

Bertrand Lira
(Realizador)

Rodrigo Quirino
(Realizador)

Renato Gallotti
(Realizador, jornalista)

João de Lima Gomes
(Realizador)

Omar Brito
(Realizador)

Arthur Lins
(Realizador, Jornalista)

Leandro Cunha
(realizador)

Ely Marques
(Realizador)

Bruno de Sales Wanderley
(Realizador / diretor da ABD-PB)

Abraão Matheus
(realizador)

Lilia Tandaya
(Realizadora)

Torquato Joel
(Realizador)

Elinaldo Rodrigues
(Realizador)

Rizemberg Felipe
(Realizador)

Torquato Joel
(Realizador)

Francisco Sales L. Segundo
(Realizador)

Adjailson Antonio Cantalice dos Santos
(Realizador)

Emerson da C. Sousa

Abraão Matheus S. de Lima
(Realizador)

Frederico de Carvalho Carneiro

Ivanildo Gomes de Lima
(Realizador)

Rafael de Carvalho Carneiro

George Martins

Marcilio dos Santos
(Realizador)

Rafael de Souza Monguilhott
(Editor)

Ely Marques
(Realizador)

Gian Filipe Rodrigues Orsini
(Realizador)

Riana Lara Pereira Ugulino


Enviando sugestões via e-mail:

Durval Leal Filho
(Realizador e diretor da PARAI’WA)

Vania Perazzo
(Realizadora)

Ismael Monteiro
(Realizador)

Um comentário:

  1. engraçado... assinei no primiro e.mail e não consta.
    enfim
    Ana Isaura Nogueira
    (Diretora de Arte e Figurinista)

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